quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Primeira Contribuição

Como este é um Blog totalmente sem estilo segue aí um "poemeu" de Millôr Fernandes.

A superstição é imortal

Quando eu era bem menino
Tinha fadas no jardim
No porão um monstro albino
E uma bruxa bem ruim.
Cada lâmpada tinha um gênio
Que virava ano em milênio
E, coisa bem mais perversa,
Sapo em rei e vice-versa.
Tinha Ciclope,Centauro,
Autósito, Hidra e megera,
Fênix, Grifo, Minotauro,
Magia, pasmo e quimera.
Mas aí surgiram no horizonte
Além de Custer e seus confederados
A tecnologia mastodonte
Com tecnologistas bem safados
Esses homens da ciência me provaram
Que duendes, bruxas e omacéfalos
Eram produtos imbecis de meu encéfalo.
Nunca existiram e nunca existirão:
uma decepção!
Mas continuo inocente, acho.
Ou burro, bobo, ou borracho.
Pois toda noite eu vejo todo dia
Tudo que é estranho, raro, ou anomalia:
Padres sibilas
Hidras estruturalistas
Ministros gorilas
Avis raras feministas
Políticos de duas cabeças
Unicórnios marxistas
Antropólogas travessas
Mactocerontes psicanalistas
Cisnes pretos arquitetos
Economistas sereias
Democratas por decreto
E beldades feias
Que invadem a minha caverna
E me matam de afliçãoSaindo da lanterna
Da televisão.

2 comentários:

Wagneras2007 disse...

Concerteza não há um poema que encaixa com idéia de nosso blog, lendas e críticas, tudo que precisamos para construir uma bela civilização. Abraços Serjaum e fico feliz por ter colocado primeira contribuição estou esperando ansiosamente mais posts seu... Abraços!!!

Reverendo FerAuZ disse...

Boa Lobo!!!!
Crescemos, perdemos a inocencia mas ainda vivemos rodeados de duendes, bruxas e fadas.